terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O que é adoração? (parte 2/3)

EM VERDADE - Ministrando a graça

Quando somos alvo da graça de Deus resta-nos apenas dois caminhos possíveis, e já vimos quais são: o doce e o amargo. Disso depende também nossa adoração “em verdade”.

Ao recebermos graça não podemos de modo algum espalhar a ausência de graça, ou a “desgraça”. Para mim está claro que devemos nos tornar multiplicadores da mesma graça que nos salvou.

Me incomoda muito a parábola de Jesus sobre o servo com a dívida impossível de ser sanada (Mateus 18: 23-35). Após ser perdoado de uma dívida de milhões de dólares, este cidadão foi cobrar os R$ 0,25 que seu vizinho havia tomado emprestado para comprar um pão francês. Sei que parábola não está nestes termos, mas fica mais fácil entendermos a situação contextualizando os elementos.

Ora, fomos todos resgatados. O Senhor nos perdoou uma dívida que só poderia ser sanada no inferno. Aliás, nunca é demais lembrar, todos iríamos para lá se não fosse por Jesus. Até mesmo o mais correto entre os homens não pode justificar-se a si mesmo. Somente o pagamento providenciado pelo próprio Deus, nos livrou da dívida que tínhamos para com Ele mesmo.

Como posso eu revidar com um soco ao irmão que me feriu? Como posso cobrar aquele que me ofendeu? Como posso tirar satisfações com a velhinha que me fechou no trânsito sem estar cometendo uma tremenda injustiça?

Diante da minha dívida, paga por Cristo na cruz, os meus direitos, dos quais me orgulho tanto tornam-se tão pequenos. Eu diria que são insignificantes.

No primeiro capítulo de Isaías, o Senhor queixa-se que o “louvor” apresentado pelo povo naquela ocasião simplesmente não estava em consonância com a atitude deles diante das dificuldades daqueles que os cercavam. Ele chega a declarar que, quando o povo estendia as mãos, em gesto de adoração, o Senhor escondia deles o rosto. “…porque as vossas mãos estão cheias de sangue…” (vers. 15).

O conselho para eles era de que se lavassem, se purificassem, tirassem a maldade de seus atos, e parassem de fazer o mal, mas aprendessem a fazer o bem. Buscassem a justiça, acabassem com a opressão, fizessem justiça ao órfão, e defendessem a causa da viúva. (vers. 16 e 17).

Parecem coisas muito distantes da “adoração” a que somos mais habituados. É que para adorar em verdade não precisamos de instrumentos musicais, nem de microfones. Não precisamos de um salão de reuniões. Quem a pratica não vende CDs, nem fica famoso. Não ganha dinheiro (e muitas vezes acaba até perdendo o pouco que tem), mas sem esta adoração “em verdade”, nossa adoração “em espírito” não vai passar do teto.

Adorar em verdade não é retribuir favores àqueles que foram ou são bons conosco. Também não é simplesmente praticar uma caridade “kardecista”, a fim de sermos recompensados neste ou em outro mundo. É sim MINISTRAR GRAÇA. E, por se tratar de algo gratuito, fica claro que não receberemos nada em troca.

Um comentário: