domingo, 18 de janeiro de 2009

Eu nunca fui evangélico

Tenho a impressão de que desde que decidi seguir a Jesus (aos 4 anos de idade) sempre fui ensinado que evangélicos, católicos, kardecistas, judeus, muçulmanos são apenas religiosos, e que professar uma fé não significa absolutamente que alguém está ou não mais perto de Deus.

Sempre fui ensinado que não estaria entregando minha vida à religião, e que não éramos definitivamente uma "igreja evangélica". Éramos (e ainda somos) um grupo de discípulos de Jesus Cristo.

Biblicamente falando, a palavra "evangélico" não aparece nenhuma vez nos "evangelhos" (por mais estranho e controverso que isso possa parecer) para designar aqueles que viviam e proclamavam as boas novas.

A palavra CRISTÃO (que aparece 3 vezes) surge um xingamento usado pelos judeus que não criam que Jesus havia ressuscitado a fim de desestimular a fé daqueles que se achegavam a Deus através de Jesus. Era como dizer: "Vocês seguem àquele mestre judeu que se dizia rei e foi crucificado? O fim de vocês vai ser o mesmo dele, serão derrotados e expostos vergonhosamente".

A palavra CRENTE aparece 9 vezes, mas na maioria delas não se refere a uma "nomenclatura", mas a um adjetivo. Como quando Jesus diz a Tomé para não ser INCRÉDULO, mas sim CRENTE (João 20:27). Isso não significa que Tomé deveria aderir a um determinado grupo religioso que se denominaria como "crente", mas que ele crêsse em Jesus e em suas palavras. Ou seja, numa tradução livre, Jesus teria dito algo como: "Tomé, você precisa ser menos cético, e mais crédulo".

No termo EVANGÉLICO acontece a mesma coisa. Com zero aparições (isso mesmo, ZERO) na única vez que aparece uma derivação dessa palavra é no feminino, e trata da "FÉ EVANGÉLICA" (Filipenses 1:27), que em algumas versões é substituído pela expressão "fé do evangelho". Trata-se de uma recomendação de Paulo pela unidade da igreja em Filipo, a fim de que prosseguissem na mesma direção ainda quando ele não estivesse por perto.

Já o termo DISCÍPULO é o único substantivo autêntico, que designa aqueles que pretendem ser como Jesus. Claro que há um "peso" nisso. Proposital, claro.

Ser discípulo não é ir aos cultos, nem é ter seu nome num hall de membros. Não é ter um ministério (se é que alguém pode TER isso...) e nem mesmo é professar uma religião.

Mas o discípulo não é um agente secreto. Longe disso. Ele prega com suas atitudes. Adora a Deus com sua obediência e vive em função do propósito de Deus.

Enquanto vemos cristãos e evangélicos nominais (os famosos "não-praticantes"), o mesmo não acontece com os discípulos.

Quem é, é e ponto final. Ou é ou não é. Não existe discípulo desviado. Existe discípulo simplesmente. E quem não é discípulo pode ser encarado como "campo missionário", mas isso é assunto pra outro dia.

Paz a todos.

4 comentários:

  1. a palavra SALVO aparece quantas vezes???

    ser SALVO é o meu único ideal. E deixe que os outros inventem nome pro resto :)

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  2. Bom, "evangélico" é só um termo, certo? Só uma palavra como outra qualquer. E discípulo? Também não deixa de ser uma palavra como outra qualquer. O que quero dizer é que se dizer evangélico, crente, discípulo, cristão, protestante ou o que seja não significa nada, ou significa tudo, sei lá. Não importa mesmo o termo, o que importa são as atitudes. Ser evangélico é seguir o evangelho, ser crente é crer em Cristo, ser cristão é ser humilhado como ele, ser discípulo é seguir os seus passos, ser protestante é se posicionar contra a imposição do mundo. Nada disso é errado. Tudo isso é recomendado. Não importa o termo nem a religião, mas sim viver e morrer por Ele e através Dele.

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  3. Samuca, a questão primordial não é o nome que se dá, realmente, mas a diluição do significado do novo nascimento. Jesus disse que seríamos como ele, e os homens transformaram isso em uma religião como outra qualquer. Valeu pelo comentário.

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  4. Rodrigo, sobre o termo SALVO, gosto muito de Romanos 10:9

    "Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo;

    Ou seja, todo aquele que reconhece o senhorio de Cristo, e crê no poder de Deus, é salvo.

    Ser salvo não é uma decisão nossa, mas uma conseqüência da nossa submissão à vontade de Deus. A nós cabe sermos SERVOS, e a Ele cabe nos tornar SALVOS, de acordo com a sua promessa.

    Valeu pelo comentário.

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