segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O que é adoração? (parte 1/3)

João 4:21, 23 e 24
“Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me, a hora vem, em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai… Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.”

Esse texto é muito rico e muito especial. Eu o conheço e ouço falar sobre ele desde que me conheço por gente. Aqui Jesus fala a uma mulher que, além de amasiada (um pecado enorme para os padrões da época), era samaritana (um povo com o qual os judeus não se davam).

Aparentemente Jesus não deu muita importância para os estigmas que acompanhavam aquela senhora. Ele diz a ela que brevemente judeus e samaritanos adorariam ao Pai da mesma forma.

Mas afinal, o que significa adorar em espírito e em verdade?

I Corintios 14:2-4
“Porque o que fala em língua não fala aos homens, mas a Deus; pois ninguém o entende; porque em espírito fala mistérios. Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. O que fala em língua edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.”

Aqui Paulo fala sobre dois níveis de ministração. Chama a atenção que o falar em línguas, segundo o apóstolo, é algo que se faz em espírito, e traz edificação para si próprio. Já o profetizar, afirma ele, edifica a igreja através de edificação, exortação e consolação.

Acredito que o mesmo acontece com um adorador “em espírito e em verdade”. A Deus ministra em espírito, para a própria edificação. E em verdade ministra aos irmãos para a edificação de todo o corpo de Cristo.

EM ESPÍRITO – Experimentando a graça

Parece estranho que ao dirigirmos nossa adoração ao Senhor os edificados sejamos nós mesmos, e não Ele. Mas não há como negar o quanto NÓS somos abençoados neste processo. Reconhecer nossa insuficiência diante da santidade do nosso Deus é algo que nos lava a alma, e nos traz realmente uma sensação de que fomos aceitos por Ele, apesar de nossas gigantescas imperfeições. É possível dizer que adorar em espírito é o mesmo que EXPERIMENTAR A GRAÇA.

Por outro lado é possível encontrar diversas citações bíblicas em que Deus afirma categoricamente que não está se agradando daquela “adoração”. Em cada uma delas parece haver um ponto comum que “maculou” a adoração que supostamente estaria ocorrendo em: A FALSIDADE (Lucas 18:10-14 / Isaías 1:13-17 / Oséias 6:6)

Não se trata da simples mentira em si, nem mesmo do pecado. No Salmo 32 Davi deixa bem claro que a santidade não é a ausência de pecado, mas sim o confessar “a tempo” as suas faltas, antes que o “transbordar das muitas águas” te arraste para longe da presença de Deus.

Interessante o salmista usar a figura da ÁGUA, que justamente trata do derramar do Espírito, e do fluir da graça de Deus, como se fosse um momento terrível. Parece-me que, permanecer com o pecado encoberto, diante da manifestação do Senhor significa problemas à vista…

Como já dissemos, quem adora em espírito experimenta a graça. Mas não se pode experimentar a graça sem que haja arrependimento. Uma coisa está firmemente dependente da outra.

Judas e Pedro foram traidores de Jesus. Ambos foram alvos da graça, mas apenas Pedro a experimentou mediante o arrependimento. Judas sentiu um gosto muito mais amargo.

Diante da graça de um mestre que, mesmo sabendo que seria traído por ele, o tratou como os demais, em amor, ensinando-o e compadecendo-se dele. Judas afogou-se no remorso. Pedro arrependeu-se, e gozou do perdão e da graça desse mesmo mestre.

Circunstâncias muito semelhantes. Posturas ligeiramente diferentes. Futuros completamente diversos. Enquanto um tornou-se um dos principais entre os apóstolos, o outro comprou um campo para enforcar-se.

Nenhum comentário:

Postar um comentário